* Predição *
Liartemis
Um raio rompe o céu naquela noite, seu som rompe e vai além dos mundos.
Virna acorda assustada, levanta-se e caminha em direção da janela que é aberta por suas mãos trêmulas.
A sensação de medo é muito aparente e ela não consegue esconder. Os trovões soam como tambores e os fechos de raios que rabiscam as nuvens, desenham um olhar que lhe assombra. Dois olhos grandes lhe causam pavor. Como se algo viesse buscá-la e aproxima-se muito rápido.
Virna sente-se agoniada e sai pela porta do quarto se arremessando pela escada em espiral que parecem não ter fim. Sua camisola possui uma calda que se arrasta pelos degraus. Sob o último degrau Virna encontra-se estática.
Os sons dos trovões estão mais próximos e tornam-se ensurdecedores. Ela parte em direção à porta da frente, mas sente que algo em instantes irá abrí-la e em encontro será inevitável. Então elimina esta alternativa. Resolve, enfim sair pela porta dos fundos que dá para um imenso jardim.
O piso daquele casarão é todo quadriculado em preto e branco, onde os quadrados pretos afundaram-se e viraram buracos. Sua imaginação não criaria tais momentos, mas ela arrisca-se ao perigo.
Virna sente medo e acima de tudo pressa. Consegue, enfim, a liberdade.
Corre sem saber para onde ir, mas por trás dela estava a casa e dela conseguia ouvir somente as portas baterem sem parar e repetidas vezes, até as janelas não agüentarem, estilhaçam todos os vidros.
Correndo pelo jardim sente-se aflita e ouve passos quebrando os galhos no caminho atrás dela e com certeza não eram os seus.
Desesperada, seu corpo encontra-se com um espantalho, que fica na plantação de legumes. O grito de pavor vem em sua garganta e rapidamente é sufocada pelas suas mãos. Mas a criatura ainda esta no seu encalço. Virna atravessa um vale que termina à beira de um abismo e lá embaixo somente as ondas se arrebentando nas pedras. Percebe-se em uma situação sem saída.
O vento soprava forte, violento e a criatura se revela de uma sinuosa fumaça negra.
Pablo é seu nome. E veio por um intuito apenas. Reinvidicar sua esposa. Ele apresenta-se muito Cortez e diz:
- Eu sou Pablo e sou um Vampiro.
Virna treme muito, sem ação não tem iniciativa alguma para ao menos apresentar-se.
- Você é muito bela e seu nome é Virna, ou estou enganado?
Como também já foi Úrsula em sua vida passada.
- Não sei do que você esta falando. Meu nome é apenas Virna. Por que me persegue? - Ela interrompe o diálogo.
- Vim ao teu encontro para te desposar. Não te recordas de tua promessa?
- Não fiz promessa para ninguém, muito menos para você! – Alterada ela responde sem compreender.
Ele mergulha em suas lembranças.
- Nós éramos amantes, quando seu nome era Úrsula. Nunca tive coragem de lhe transformar ou apenas saciar minha sede. Amei-te demais, e assim, vivemos e nos completávamos. Até você adoecer, então você me prometeu na hora de sua morte, que em sua próxima vida por direito serias minha novamente.
Você tem a essência de Úrsula. Sabia que você já foi uma poderosa Bruxa?
E vejo que a tradição continua em ti. Com sua morte sofri muito. Seu espírito reencarna em ti pela primeira vez e pra mim não foi difícil encontrá-la, pois o poder e o aroma que seu espírito emana vem com muita facilidade ao meu encontro.
Novamente Virna interrompe:
- Não desejo ser sua esposa. Pois o meu destino me pertence e somente eu o governo.
- Não quero perder você porque dessa vez terei coragem e lhe transformarei, sentarás ao meu lado no trono como uma rainha. O nosso amor se eternizará.
Virna grita:
- Naaaaaaaaaaaão!
Os relâmpagos e trovões cessam e somente o assovio do vento lhe vem aos ouvidos.
Ela completa:
- Será que em minha vida passada eu não lhe prometi algo mais?
Virna aproxima-se do abismo, correndo perigo de cair.
- O que queres dizer? – Ele interroga.
- Talvez uma profecia do tipo, que você deve tentar encontrar a vida certa em que te aceitarei. Como já lha disse anteriormente, sou dona do meu destino e somente eu o governo! – Virna faz a revelação.
- Virna!
Cuidado, venha comigo.
Você esta na beira do abismo não te saída. – Pablo alerta.
- Você só não sabe de uma característica minha e isso Úrsula não lhe disse.
Virna finaliza seu devaneio.
- De que mesmo na beira do abismo...
Eu adoro voar...
Virna atira-se na escuridão do abismo. Ainda com o sorriso no rosto por ter acabado com o sonho de Pablo.
- Naaaaaaaaaaaaaão! – Pablo grita desesperado.
Um raio rompe o céu e seu som vai além dos mundos. Virna acorda em súbito assombro, levanta-se e caminha até a janela.
Por: Liartemis
domingo, 28 de fevereiro de 2010
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Parabens a Lia minha querida esse conto ficou perfeito!!!
ResponderExcluirRaven
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigada Alfer por postar meu conto aqui no seu blog. Sucesso sempre!
ResponderExcluirE obrigada Raven por sempre prestigiar meus trabalhos.
Beijos Soturnos aos dois!