domingo, 28 de fevereiro de 2010

* PREDIÇÃO *

* Predição *

Liartemis

Um raio rompe o céu naquela noite, seu som rompe e vai além dos mundos.
Virna acorda assustada, levanta-se e caminha em direção da janela que é aberta por suas mãos trêmulas.
A sensação de medo é muito aparente e ela não consegue esconder. Os trovões soam como tambores e os fechos de raios que rabiscam as nuvens, desenham um olhar que lhe assombra. Dois olhos grandes lhe causam pavor. Como se algo viesse buscá-la e aproxima-se muito rápido.
Virna sente-se agoniada e sai pela porta do quarto se arremessando pela escada em espiral que parecem não ter fim. Sua camisola possui uma calda que se arrasta pelos degraus. Sob o último degrau Virna encontra-se estática.
Os sons dos trovões estão mais próximos e tornam-se ensurdecedores. Ela parte em direção à porta da frente, mas sente que algo em instantes irá abrí-la e em encontro será inevitável. Então elimina esta alternativa. Resolve, enfim sair pela porta dos fundos que dá para um imenso jardim.
O piso daquele casarão é todo quadriculado em preto e branco, onde os quadrados pretos afundaram-se e viraram buracos. Sua imaginação não criaria tais momentos, mas ela arrisca-se ao perigo.
Virna sente medo e acima de tudo pressa. Consegue, enfim, a liberdade.
Corre sem saber para onde ir, mas por trás dela estava a casa e dela conseguia ouvir somente as portas baterem sem parar e repetidas vezes, até as janelas não agüentarem, estilhaçam todos os vidros.
Correndo pelo jardim sente-se aflita e ouve passos quebrando os galhos no caminho atrás dela e com certeza não eram os seus.
Desesperada, seu corpo encontra-se com um espantalho, que fica na plantação de legumes. O grito de pavor vem em sua garganta e rapidamente é sufocada pelas suas mãos. Mas a criatura ainda esta no seu encalço. Virna atravessa um vale que termina à beira de um abismo e lá embaixo somente as ondas se arrebentando nas pedras. Percebe-se em uma situação sem saída.
O vento soprava forte, violento e a criatura se revela de uma sinuosa fumaça negra.

Pablo é seu nome. E veio por um intuito apenas. Reinvidicar sua esposa. Ele apresenta-se muito Cortez e diz:
- Eu sou Pablo e sou um Vampiro.

Virna treme muito, sem ação não tem iniciativa alguma para ao menos apresentar-se.
- Você é muito bela e seu nome é Virna, ou estou enganado?
Como também já foi Úrsula em sua vida passada.

- Não sei do que você esta falando. Meu nome é apenas Virna. Por que me persegue? - Ela interrompe o diálogo.

- Vim ao teu encontro para te desposar. Não te recordas de tua promessa?

- Não fiz promessa para ninguém, muito menos para você! – Alterada ela responde sem compreender.

Ele mergulha em suas lembranças.

- Nós éramos amantes, quando seu nome era Úrsula. Nunca tive coragem de lhe transformar ou apenas saciar minha sede. Amei-te demais, e assim, vivemos e nos completávamos. Até você adoecer, então você me prometeu na hora de sua morte, que em sua próxima vida por direito serias minha novamente.
Você tem a essência de Úrsula. Sabia que você já foi uma poderosa Bruxa?
E vejo que a tradição continua em ti. Com sua morte sofri muito. Seu espírito reencarna em ti pela primeira vez e pra mim não foi difícil encontrá-la, pois o poder e o aroma que seu espírito emana vem com muita facilidade ao meu encontro.

Novamente Virna interrompe:

- Não desejo ser sua esposa. Pois o meu destino me pertence e somente eu o governo.

- Não quero perder você porque dessa vez terei coragem e lhe transformarei, sentarás ao meu lado no trono como uma rainha. O nosso amor se eternizará.

Virna grita:

- Naaaaaaaaaaaão!

Os relâmpagos e trovões cessam e somente o assovio do vento lhe vem aos ouvidos.

Ela completa:

- Será que em minha vida passada eu não lhe prometi algo mais?

Virna aproxima-se do abismo, correndo perigo de cair.

- O que queres dizer? – Ele interroga.

- Talvez uma profecia do tipo, que você deve tentar encontrar a vida certa em que te aceitarei. Como já lha disse anteriormente, sou dona do meu destino e somente eu o governo! – Virna faz a revelação.

- Virna!
Cuidado, venha comigo.
Você esta na beira do abismo não te saída. – Pablo alerta.

- Você só não sabe de uma característica minha e isso Úrsula não lhe disse.

Virna finaliza seu devaneio.

- De que mesmo na beira do abismo...
Eu adoro voar...

Virna atira-se na escuridão do abismo. Ainda com o sorriso no rosto por ter acabado com o sonho de Pablo.

- Naaaaaaaaaaaaaão! – Pablo grita desesperado.

Um raio rompe o céu e seu som vai além dos mundos. Virna acorda em súbito assombro, levanta-se e caminha até a janela.


Por: Liartemis

3 comentários:

  1. Parabens a Lia minha querida esse conto ficou perfeito!!!
    Raven

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Obrigada Alfer por postar meu conto aqui no seu blog. Sucesso sempre!
    E obrigada Raven por sempre prestigiar meus trabalhos.

    Beijos Soturnos aos dois!

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